Fernando Pernes, “Dizer a imagem”, uma antologia de textos críticos dos mais icónicos artistas portugueses e estrangeiros, que se encontravam dispersos por inúmeras publicações periódicas entretanto extintas, e cuja seleção coube a Miguel von Hafe Pérez, que colaborou de forma muito próxima com Pernes.

Este livro não é apenas a homenagem por parte de Serralves ao seu primeiro Diretor Artístico mas um sentido reconhecimento à figura de Pernes que de forma incansável foi o grande impulsionador do projeto de Serralves.

Não se pode entender a história recente do panorama institucional e museológico nacional sem contextualizar o seu longo percurso reivindicativo de alteração de um panorama carente de estruturas públicas dedicadas à arte contemporânea, a sua acão primordial para a génese do projeto de um museu de arte contemporânea no Porto, a sua continuada e finalmente concretizada ambição de acertar um tempo democrático com uma democratização da arte.

Fernando Pernes, primeiro diretor artístico da Fundação Serralves entre 1987 e 1996, foi uma figura de referência da crítica da arte em Portugal. Distinguiu-se pelas suas qualidades como pedagogo, divulgador da arte moderna e contemporânea e foi um dos programadores de exposições mais atentos aos novos artistas portugueses que começaram a surgir desde finais da década de 60.