Arenário: Francisco Tropa

«A obra de arte cria uma imagem intemporal formada através dos sentidos, da inteligência e da memória do observador e, por mais estranho que pareça, este processo nada tem que ver com os instrumentos da comunicação.» [Francisco Tropa]

Arenário: Francisco Tropa

«A obra de arte cria uma imagem intemporal formada através dos sentidos, da inteligência e da memória do observador e, por mais estranho que pareça, este processo nada tem que ver com os instrumentos da comunicação.» [Francisco Tropa]

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Por mais que tentemos, o trabalho de Francisco Tropa (n. Lisboa, 1968) não se deixa apresentar através da sua condução a um conjunto determinado de gestos, objetos ou conceitos. A sua natureza é ser um campo amplo onde se conjugam diferentes experiências humanas. Uma arena, um «arenário» como lhe chama o artista, um espaço aberto onde se dá um corpo-a-corpo (real e virtual) entre o humano e a arte e que é palco do mistério — cujo drama se desenvolve pelo menos desde Lascaux — que se constitui de cada vez que um de nós enfrenta uma obra de arte e é por ela enfrentado.

A exposição que esteve na origem deste livro propôs, a partir de uma única obra, explorar o trabalho deste artista segundo a ideia das imagens, da sua fabricação e da sua existência enquanto lugares reais. A obra pertence à família das lanternas de Tropa e nessa família são convocadas ideias axiais para o mundo contemporâneo. Um mundo tomado pelas imagens digitais que transportam no seu interior, e como sua condição, dispositivos de controlo, de subjugação e de poder.

As imagens quase primitivas que Tropa faz acontecer — e as suas imagens são sempre uma espécie de acontecimento — reenviam insistentemente ao corpo humano e inscrevem-se no seu plano material de finitude. Plano este do qual as imagens virtuais, puramente espectrais e desencarnadas, parecem estar arredadas. [Nuno Crespo]

Assinalem-se três aspetos eminentes da obra de Francisco Tropa e que se revêm nestas passagens benjaminianas.

Primeiro: é seu propósito manifesto e latente apagar os vestígios de qualquer autoria e dificultar qualquer felicidade interpretativa imediata (embora não a possa impedir, claro).

Segundo: também ele procura «um aparecer purificado da beleza, livre de qualquer sedução», também ele o sabe sujeito à dissolução sem fim. O lusco-fusco, a hora entre cão e lobo, a luz do ocaso reinam nesse teatro abandonado do mundo, Scenario ou outro título, com as «suas ruínas decifradas», sem intérprete.

Terceiro: a arte é uma interrupção da dissolução sem fim, uma forma insubmissa de delírio, capaz de imortalizar a ruína. [Maria Filomena Molder]

CS020062

Ficha informativa

Medidas
16,5 x 24 cm
ISBN
9789899006737
Editor
Documenta
Idioma
Português/ Inglês/ Francês
Capa
Dura
Ano
2021
Páginas
216

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