Instalada sobre o Lago do Parque de Serralves, PONTE, uma obra de Pedro Cabrita Reis, resgata a tradição romântica dos jardins do século XIX, onde a intervenção humana criava cenários pitorescos com grutas, cascatas, pontes suspensas, miradouros e outras estruturas evocativas. 

Esta nova ponte, que se apresenta como uma “ruína contemporânea”, explora a ideia de passagem entre diferentes paisagens e, simbolicamente, passagem do tempo. PONTE revela uma transformação que vai da geometria pura do modernismo até à intensidade dramática de formas que evocam o grotesco barroco. Enquanto ponte quebrada, sugere um estado entre a desintegração e a sedimentação, situando-se num tempo indefinido, onde a memória e a matéria coexistem.

Mais do que uma intervenção funcional ou decorativa, a obra de Pedro Cabrita Reis convida à contemplação e à reflexão sobre o espaço, o tempo e a impermanência, integrando-se de forma única no ecossistema natural e histórico do Parque de Serralves.

O livro PONTE reúne toda a documentação do processo — desde o estudo à sua concretização —, um ensaio de Carlos Vidal, artista, crítico e professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e é prefaciado por Philippe Vergne, Diretor do Museu de Arte Contemporânea de Serralves.