O catálogo que acompanha a exposição patente na Casa de Serralves, debruça-se sobre os trabalhos em tapeçaria de Miró, Sobreteixims e Sobreteixim-sacs, executados em 1972 e 1973, e sobre a série de telas queimadas (Toiles brûlées), analisando a sua génese e contextualizando estas séries dentro do corpo de trabalho do artista catalão.

A exposição de Joan Miró é constituída por 85 obras, que são propriedade da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, cedida ao Município do Porto e depositada na Fundação de Serralves.

O núcleo de obras vai de 1924 até 1981 e abrangem pinturas, esculturas, colagens, desenhos e tapeçarias. As obras da exposição estão agregadas por temas que tentam dar uma visão holística do percurso do artista.

Joan Miró (1893—1983), um dos grandes “criadores de formas” do século XX, foi simultaneamente um “assassino” estético que desafiou os limites tradicionais dos meios em que trabalhou. Na sua arte, as diferentes práticas dialogam entre si, cruzando os meios: a pintura comunica com o desenho; a escultura seduz os objetos tecidos; e as colagens, sempre conjugações de entidades díspares, funcionam como princípio maior ou matriz para a exploração das profundezas do real.