O poster do fotógrafo Paulo Nozolino está representado com uma fotografia de umas das suas obras.

Distingue-se por ser o fotógrafo que escurece para ver melhor.

Carregadas de um imenso dramatismo poético, as fotografias do artista, sempre a preto e branco, revelam sombras e espaços onde a escuridão tem sempre a última palavra. 

São imagens povoadas por crianças, mulheres, homens, rostos, olhares, mas também evocações diretas da morte ou do sexo, que provocam uma sensação de nostalgia e de desconforto, sugerindo fragmentos de possíveis narrativas interrompidas.

As suas fotografias, longe de imporem uma narração clara e explícita, são apenas as marcas, os testemunhos, de um momento que o artista congelou através do seu olhar atento, muitas vezes revelador de uma visão trágica, quase sempre crua, que se tem intensificado nos últimos tempos, como o prova a sua exposição retrospetiva Far Cry (Serralves, 2005).

Paulo Nozolino é um artista e uma figura central da fotografia contemporânea. As várias décadas de carreira foram marcados pela atribuição de numerosos prémios e bolsas internacionais.

Viajou pelo mundo todo e a este perfil que se desenha na tradição da "estrada", da "viagem" e da "deriva", compondo uma autobiografia nómada, associa-se o rigor técnico e estético que tornaram famosos os milagres luminosos arrancados aos negros e cinzentos que dominam as suas fotos.

Carregadas de um imenso dramatismo poético, as fotografias de Paulo Nozolino, sempre a preto e branco, revelam sombras e espaços onde a escuridão tem sempre a última palavra.